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domingo, 16 de maio de 2010

Eles também usam UTOPIA!

Do blog dos Bixos:
"Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes."
Paulo Freire



Em resposta ao que estão clamando (seria inocuamente?) no blog dos bixos, escrevemos abaixo.

Nós, do coletivo Viramundo Parandá não só entendemos, porque sim nos envolvemos com e temos acúmulo sobre os problemas da universidade, mas também reconhecemos que o Diretório Central dos Estudantes é sim uma instância legítima, em termos de entidades de representação estudantil, e que o diálogo com tal entidade, assim como com outras e demais entidades representativas estudantis é fundamental para a construção de uma Universidade democrática, que não se finda a uma unidade apenas, pois que a Escola de Artes, Ciências e Humanidades não está fora do que se entende como Universidade de São Paulo, e assim requer que seus estudantes e representantes mantenham contato com outras entidades representativas da USP (que não se resumem a uma questão partidária, como colocam os bixos, vai muito além disso) no sentido de participar na construção de demandas gerais e de troca de experiências relevantes.

Nosso compromisso, do coletivo Viramundo Parandá, é trabalhar para que o diálogo com outras entidades estudantis (que são legítimas e importantes na construção de uma universidade democrática) reafirme as múltiplas vias na comunicação, permitindo trocas de experiências dos todos lados (das várias gestões de CAs, por exemplo), informando e ponderando sobre a importância das demandas de cada Unidade, e a importância de pautas gerais para cada uma das Unidades e diversos campi que constituem a Universidade de São Paulo. Isso para nós não é aparelhamento, é parte do diálogo. É uma pauta-proposta que está inclusive presente em nossa carta-programa porque entendemos que a EACH, com seus e suas mais de 2000 estudantes, é parte da USP e tem papel importante na construção dessa Universidade. É importante inclusive para descaracterizar essa imagem de uma uma USP perdida, de uma USP de lá, com cursos exóticos, uma vez que, para (re)construir a imagem de uma Unidade e seus cursos acreditamos no diálogo e, portanto, reconhecemos a importância que tem essas entidades enquanto espaços e canais de interlocução.

O que nós, Viramundo Parandá, não entedemos é como uma chapa que se diz nova e revolucionária pode ser articulada por um forte interesse de uma antiga gestão que se pretende perpetuar no C.A., trabalhando aí sim para um aparelhamento que passa bem longe das instâncias legítimas e representativas da universidade, que deslegitima o processo eleitoral enquanto instrumento para organização democrática (já que estamos votando em uma falsa representação) e, que sabemos, desde outros momentos e ainda agora, é um aparelhamento partidário através de certo grupo. Reconhecemos o trabalho que por eles foi desenvolvido até então. Mas reconhecemos ainda mais que este agora é um novo momento.

Eles dizem: A chapa Revolução dos Bixos, com o firme apoio de alguns veteranos, se pauta por um debate propositivo, com a intenção de dialogar abertamente com todos, de maneira ampla e livre.

E aí nos questionamos a falsa proclamação que se diz pública, mas é pura e simplesmente fruto de uma extensão dos interesses privados desse grupo partidário em destruir as outras chapas antes mesmo de se (re-)construir o que esperamos de uma Gestão comprometida. Isso nos mostra ainda mais a persuasão sobre os bixos que se dizem independentes. CANSAMOS! Cansamos de fingir acreditar que estamos representad@s por estudantes que se preocupam em ocupar todos os espaços estudantis da EACH sem nem sequer pôr em primeiro plano os interesses dos outros e outras estudantes da universidade.

E quanto à:
a Revolução reafirma publicamente sua independência defendendo um movimento estudantil amplo, de luta e que constrói todas as pautas, desde as locais e específicas as nacionais e generalistas, com o conjunto dos estudantes e a partir do diálogo com os movimentos sociais.

Ora, que Revolução é essa que precisa ser guiada? Qual sua real independência? Que pautas são construídas, de fato, para além das copiadas de outras cartas programas? como trabalhar, metodologicamente, para a construção de pautas que passam não só pela EACH mas pela USP sem ter ao menos contato com as outras entidades representativas dos estudantes, inclusive a entidade máxima, que é o Diretório Central dos Estudantes? será que o diálogo, em se tratando de pautas universitárias, se resume a estudantes e movimentos sociais?

Por fim, em questões de entendimento, o que nós ainda não entendemos é como é que uma Revolução de Bixos indigna-se com tantas coisas mas não se indigna com isso tudo? Seria mesmo uma revolução ou devemos voltar a George Orwel e repensar Curral Animal como uma tradução aqui cabível de Animal Farm?

Ah, bixos e bixetes e veteranos apoiadores, endossando vossa crítica, "lembro-vos também de que na luta contra o Homem não devemos ser como ele. Mesmo quando o tenhais derrotado, evitai-lhe os vícios. [...] E, principalmente, jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. Todos os animais são iguais.” [George Orwell]

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Quem escreve esses posts? O Viramundo se responsabiliza coletivamente pela integralidade desse texto?

    Tá deprimente em diversos aspectos

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